
Corpos d'Água
"Corpos d'Água"
e o
- Monitoramento Comunitário -
O Monitoramento Comunitário é uma tendência mundial. Trata-se de uma eficiente forma de atuação comunitária, onde os moradores de uma determinada área (comunidade) desenvolvem práticas de acompanhamento da saúde do Meio Ambiente, através da observação sistemática (organizada e regular).
O Projeto Corpos d'Água propõe a observação das Nascentes, Rios, Lagos, Cachoeiras etc, pois entende que a Água é a base de todos sistemas biológicos conhecidos – todas as formas de vida em nosso planeta dependem diretamente dela, de uma forma ou de outra
.
Se cuidarmos de nossa Água, em suas diferentes formas de manifestação na natureza, estaremos beneficiando a todos os seres vivos.
Da mesma forma, quando algum desequilíbrio ocorre em algum lugar, como a poluição do solo ou do ar, podemos encontrar consequências diretas deste desequilíbrio na própria Água – desde a água “que cai do céu” (chuvas ácidas, por exemplo) até aquela que “corre no chão” (rios contaminados com agrotóxicosetc).
O Monitoramernto das águas serve como uma espécie de “Índice”. Com a ajuda dele, podemos Estudar e descobrir muitas coisas no “livro da vida”.
Entendendo melhor estas dinâmicas, é possível olhar para os recursos hídricos de uma forma diferente, sabendo que a Água faz parte do que nós somos – não é um simples produto comercial que pode ser feito nas indústrias e comprado com dinheiro. Ainda que as sociedades de nosso tempo, de modo geral, tenham feito da Água algo pelo qual se paga e cujo fornecimento pode ser negado, na falta deste pagamento, a verdade é que a Água é MUITO MAIS do que isto.
Alguns especialistas afirmam que a Água já está se tornando um importante motivo de guerras e opressões, ao redor do planeta. E que a sobrevivência de nossa espécie nas próximas décadas e séculos dependerá exatamente daquilo que fizermos em relação a isto.
Antigamente, muitos locais foram preservados pelo fato de não serem conhecidos. Muitas cachoeiras, cavernas, lagos etc... permaneceram como santuários ecológicos, no “anonimato” - muitas vezes contando com a discreta ajuda de pessoas que conheciam tais locais, mas não divulgavam sua existência.
Atualmente, entretanto, restam pouquíssimos locais assim. Satélites, drones, aeronaves, supercomputadores e outros equipamentos modernos fazem uma verdadeira “varredura” sobre a face da Terra, mapeando com precisão impressionante coisas que, às vezes, nós mesmos não vemos a olho nu (como o subsolo ou correntes de ar, por exemplo).
Muitas empresas, coo as que extraem gás, minérios sólidos, água mineral etc... contam com infinitas opções de serviços e tecnologias que o cidadão comum, do campo ou da cidade, sequer imagina que existem. Ele (nós) não tem ideia mas, há pessoas que conhecem o seu quintal (relevo, clima, jazidas minerais no subsolo, composições quimicas do solo e do ar, ou os agentes perturbadores do sistema endocrinológico aos quais o habitante está constantemente exposto, tipos de doenças e problemas de saúde diversos que tal exposição tende a favorecer etc....) melhor do que ele mesmo.
Neste contexto, aquele que deveria ter o maior número de informações, para conhecer e proteger seu “habitat” - isto é, o morador local, a comunidade -, é quem tem maiores dificuldades para ter acesso ao conhecimento dos dados e sua interpretação.
Por este motivo o Monitoramento Comunitário é tão importante. Ele estabelece um “inventário” de locais a serem observados. E dá maior visibilidade a estes locais. À partir disso, uma rede de agentes preservacionistas pode ser naturalmente criada, através do engajamento espontâneo da própria comunidade. Essa observação pode aprimorar-se com o tempo – e ser enriquecida por profissionais e instituições de diversas áreas. As lista de locais a serem monitorados pode aumentar, diminuir ou permanecer inalterada. Em todos os casos, o mais importante é manter o elemento comunitário e colaborativo da proposta.
Em muitos locais onde ocorre, o Monitoramento Comunitário serve como interface para trabalho conjunto entre moradores do campo e da cidade, sociedade civil organizada, instituições de ensino (como escolas, universidades etc), órgãos públicos (Prefeituras, Câmaras, MPF etc), cientistas (de diversas áreas), trabalhadores de vários setores como Turismo, Agricultura, Mídias etc.
O importante é começar. E mais que isso: Resistir e Persistir – Perseverar. :)
Água é Vida!
Conhecer e Respeitar.
Monitorar para Preservar!
Levi Moisés Alves.
Águas da Prata - SP , 23 de Agosto de 2014.
Veja também: Agradecimentos
